sábado, 11 de dezembro de 2010

Homenagem ao centenário de nascimento do Poeta da Vila - Noel Rosa

Palpite infeliz, interpretada por Aracy de Almeida.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Dia Nacional do Samba

O dia 02 de dezembro é comemorado o dia nacional do samba. A data simbólica foi institucionalizada em 1963 pelo vereador da cidade de Salvador Luis Monteiro da Costa em homenagem a visita de Ary Barroso a capital baiana, uma justa homenagem a esse gênero musical que carrega consigo grande valor simbólico.

O texto a seguir é uma compilação da minha monografia de bacharelado do curso de Geografia, " Elementos das territorialidades do samba em Londrina",  no qual faço um resgate espaço-temporal da gênese do samba urbano carioca.

O samba é controverso em relação a sua gênese, alguns estudiosos sugerem que ele chegou da África, outros dizem que a sua gestação de deu no Rio de Janeiro no inicio do século XX, muitos sugerem que foi na Bahia, mais é evidente que as suas características são de matrizes africanas até a sua constituição no Brasil.

A palavra samba deriva do dialeto angolano (semba) que quer dizer umbigada, o (Sam) dar e (ba) receber. O samba no Brasil era caracterizado ainda apenas como dança de umbigada com elementos das religiões afro-brasileiras, foi muito praticado nas senzalas, nos arraiais, festas, quilombos.

A partir da população negra advindas principalmente da Bahia que o samba permeia no cenário urbano carioca, a migração dos baianos para o sudeste ocorreu a partir da revolta dos Maleses (negros mulçumanos) em 1835 na Bahia no qual vieram para a capital federal e para as fazendas de café do Vale do Paraíba no Estado de São Paulo, que diante da decadência do café, acabaram por migraram para o Rio de Janeiro.

Com a reforma Urbana no Rio de Janeiro as populações menos abastadas foram retiradas dos cortiços do centro da cidade e deslocadas para os morros e subúrbios o samba vai se consolidando de maneira mais efetiva na cidade nova especificamente na Praça Onze, onde morava uma certa baiana chamada tia Ciata, a designação tia vem pela relação que ela tinha com o Candomblé, religião afro-brasileira, na qual ela exercia a função de babalaô-mirim ( auxiliar direto do pai ou mãe de santo).

Toda a efervescência cultural na casa da tia Ciata faz eclodir o Samba no Rio de Janeiro, sendo o principal reduto a Praça Onze. A casa da tia Ciata tinha uma divisão estratégica, pois nesse período das primeiras duas décadas do século XX o samba era marginalizado, perseguido pela policia, por isso a casa era constituída com características um espaço de contra poder das autoridades.

A importância cultural que a casa da Tia Ciata exerceu na constituição do samba urbano fica evidente, pois foi de lá que saiu o primeiro samba gravado do Brasil “Pelo Telefone”, sendo motivo de muita discussão em relação ao seu registro. A grande questão é que os sambas eram produzidos de forma coletiva, ou seja, por todos que freqüentavam a casa.

O samba Pelo telefone fez muito sucesso no carnaval de 1917, sendo muito apreciado pelos foliões que freqüentavam os ranchos carnavalescos. A estrutura musical desse samba era amaxixado, fato também que gerou grande discussão se realmente o Pelo telefone é de fato samba, diferente dos sambas do Estácio de Sá, local do surgimento da primeira escola de samba que caracterizavam sambas sincopados.

Em todo esse contexto de formação do samba como gênero musical e de elementos culturais constituintes nas primeiras décadas do século XX, no que tange uma perspectiva hegemônica, oficial das autoridades de uma oligarquia no sentido de um governo de poucos, voltado para as políticas da classe dominante do Rio de Janeiro o samba era visto de maneira marginal, sendo perseguido, no qual os sambistas eram considerados vadios.
O malandro do inicio do século XX é uma figura simbólica, sempre andava alinhado, as suas vestimentas eram caracterizados por ternos e sapatos brancos além do chapéu de palha, seu instrumento de intimidação é a navalha, e a sua linguagem tem um poder argumentativo que o leva a convencer as pessoas que acabam caindo em seus golpes. Outra característica importante do malandro que deve ser salientada é a jogatina, por exemplo, o jogo de cartas, roletas, tampinhas, sempre apostando e trapaceando, além da boemia, no qual trocava o dia pela noite, cantava sambas e bebia, ganhava a vida nas custas de golpes.

A figura do malandro faz parte do universo do samba, o sujeito avesso ao trabalho formal, muitos sambas cantam as proezas feitas pelos malandros como, por exemplo, Se você Jurar, lenço no pescoço, acertei no milhar, além de outros sucessos.

A década de 1930 tem um elemento político significante na historia do Brasil, o Estado Novo que foi instituído em 1937. Dentro dessa nova perspectiva política de governo o samba ganha importância no sentido de que com grande apreço popular o Estado necessitava utilizar desse gênero para exaltar a nova política vigente no caso a exaltação ao nacionalismo.

Nesse período então presenciamos a criação de muitos sambas que exaltavam a nação e ao trabalho compactuando com as idéias do governo em exaltar o nacionalismo, sambas como Canta Brasil, Aquarela do Brasil, Eu trabalhei, com características ufanistas indo de encontro com as políticas governamentais. Diversos sambistas que compunham sambas de malandro, em alusão a vida desregrada de boemia passam a compor sambas exaltando o trabalho, a nação, sendo a figura do malandro regenerado. Muitos desses sambistas não compactuavam com essa exaltação a nação, porém faziam esses sambas, pois eram remunerados pelas canções compostas.

Na década de 1950 o samba influenciado por outros ritmos passa por algumas transformações, mais não perde a sua essência, pois mesmo se ramificando não se para de produzir sambas falando sobre o cotidiano, do morro, de mulheres, de trabalho, pois todo esse processo é relacional e acontece ao mesmo tempo.

A ramificação em questão é a bossa nova, caracterizada por muitos como novo gênero ela carrega fortes elementos do samba, porém ela é hibridizada com elementos do jazz.
A partir desta consolidação o samba permeia o século XX, apresentando para o Brasil poetas e ícones como Donga, Sinhô, Ismael Silva, Noel Rosa, Geraldo Pereira, Cartola, João Nogueira, Zeca Pagodinho e muitos outros, além de grandes figuras de sambistas paulistas como Geraldo Filme, Adoniran Barbosa, Demônios da Garoa e Quinteto em Preto e Branco, Osvaldinho da Cuíca, além de outros. Dessa forma, este gênero musical se disseminou, atraiu e conquistou outras classes sociais, deixando o status da marginalidade no inicio do século XX, alçando o estrelato, construindo-se, inclusive, como expressão da brasilidade para o mundo.

Na década de 1960 e 1970 o samba aparece com importância no aspecto político social do país, na perspectiva de um mecanismo de luta social e cultural, evidenciando assim a tese de que o samba não é apenas um gênero musical, e sim um fato social e cultural.

As rodas de samba ocorriam nos subúrbios e morros cariocas e a partir daí surgem interpretes importantes como Beth Carvalho conhecida como Madrinha do samba, Clara Nunes interpretando canções ligadas às religiões afro-brasileiras, resgatando os elementos simbólicos da cultura negra, João Nogueira que teve diversas parcerias com Paulo César Pinheiro, além de Paulinho da Viola com a sua intima ligação com a Portela, hoje são nomes familiares no cotidiano da musica popular brasileira, pois se consagraram através da vivencia do samba.

Na década de 1970 surgi também uma turma na zona norte do Rio de Janeiro mais especificamente no bairro de Ramos subúrbio carioca, que posteriormente na década de 1980 veio a ser conhecido como pagode de fundo de Quintal, ou neo-pagode, principalmente pela inserção de um novo instrumento musical nas músicas, o banjo.
Dessa turma saíram nomes importantes que hoje fazem sucesso no mundo do samba como o Grupo Fundo de Quintal que desde o seu surgimento lançou diversos integrantes na carreira artística do samba, como Jorge Aragão, Arlindo Cruz, além de outros que não participaram como integrantes do grupo mais que surgiram artisticamente nesse período com o movimento do cacique de Ramos, como Zeca Pagodinho e Almir Guineto.

A partir desta consolidação o samba permeia o século XX, apresentando para o Brasil poetas e ícones como Donga, Sinhô, Ismael Silva, Noel Rosa, Geraldo Pereira, Cartola, João Nogueira, Zeca Pagodinho e muitos outros, além de grandes figuras de sambistas paulistas como Geraldo Filme, Adoniran Barbosa, Demônios da Garoa e Quinteto em Preto e Branco, Osvaldinho da Cuíca, além de outros. Dessa forma, este gênero musical se disseminou, atraiu e conquistou outras classes sociais, deixando o status da marginalidade.


LOVADINI, Mauricio. Elementos das Territorialidades do Samba em Londrina. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharel em Geografia). CCE – Universidade Estadual de Londrina, 2009.

domingo, 28 de novembro de 2010

O conflito no Rio de Janeiro e os seus territórios

O ano de 2010 ficará marcado na história do Rio de Janeiro e do Brasil. As cenas de violência nos remetem a uma guerra civil que a tempo vem assolando a cidade Maravilhosa e aterrorizando os cariocas, dos humildes de complexos de favelas aos mais abastados da Zona Sul.

Os ataques dos criminosos correspondem a diversos fatos que fizeram com que o Rio de Janeiro chegasse a tal ponto, tornando o problema estrutural e cada vez mais difícil de resolver, crônico, desencadeado ao longo do século XX pela falta de ações e políticas públicas dos governantes.

A exclusão social, a Geomorfologia (forma do relevo) do Rio de Janeiro, a conquista de Territórios por poderes paralelos, a inserção das drogas, a falta de ações do Estado ou pequenas ações pontuais são elementos importantes para se compreender o que está acontecendo no Rio de Janeiro.

No inicio do Século XX o Rio de Janeiro passou por uma reestruturação urbana no qual o centro da cidade foi alterado arquitetonicamente, largas avenidas e bulevares foram construídos nos moldes de Paris, afinal a então capital do Brasil necessitava esteticamente ser apresentável para o mundo. Nessa reforma urbana cortiços (habitações de cômodos) eram ocupados por uma classe subalterna de migrantes de outras regiões do Brasil e negros alforriados, que diante desse processo foram marginalizados e expulsos da região central para os subúrbios cariocas.

As favelas surgem com essa população excluída do centro e por soldados regressos da guerra de Canudos que não receberam o soldo ao término do conflito e ocuparam o morro da Providência em outra área do centro da cidade, dando o nome de favela em alusão a vegetação da caatinga denominada favela encontrada no sertão nordestino.

Ao longo do século essa exclusão social se tornou mais latente, a cidade foi crescendo de maneira desordenada e à medida que a cidade se espraiava os morros eram ocupados pelos excluídos.

O relevo da cidade do Rio de Janeiro é formado por grandes maciços rochosos com elevadas altitudes e recortados por encostas de montanhas particularizando a geologia da cidade. A dificuldade e a falta de ações de infraestrutura (água encanada e tratada, rede de coleta esgotos somado a moradias precárias e baixas condições sociais, fizeram com que se formassem poderes paralelos para suprir as ações deficitárias do Estado, que por sua vez perdeu o domino desses territórios.

O Território são as relações de poder que se moldam a partir das estratégias de influência de grupos sociais ou indivíduos, modificando-se conforme a estratégia de controle dos sujeitos que tem o poder.
A partir da década de 1970 as drogas passam a fazer parte desses territórios marginalizados da sociedade, tendo um papel fundamental nas ações do poder paralelo existente em cada comunidade, é ela que vai dar o aporte financeiro e estrutural para que esses grupos se solidifiquem e dominem o território.

A droga é um problema social e de saúde pública, que atinge da classe mais baixa até o mais rico dos empresários, contribuem nesse ciclo de maneira decisiva para o financiamento dessa violência urbana e pelo domínio desses territórios, partindo de um pressuposto básico de que se não há consumidor não há fornecedor.

O domínio do território por grupos de criminosos vão ganhando mais elementos ao passar dos anos, a população de trabalhadores residentes nesses territórios se tornam reféns e ficam a mercê de ações de bandidos e policiais, população essa que perdem os seus filhos para o sedutor mundo do tráfico de dinheiro fácil e poder, padecem dia após dia com a ilusão de uma vida fácil, meninos que interrompem precocemente seus sonhos, no qual seus brinquedos são fuzis de uso restrito do exército.

O problema não será solucionado da noite para o dia, as ações do governo do Estado nos últimos anos instalando as UPP’s (Unidade de Polícia Pacificadora) vêm se destacando e tendo um papel importante, aos pouco vem reconquistando o território perdido ao longo do tempo pela falta de ações sociais.

O crime organizado reagiu à perda de seus territórios aterrorizando os cariocas, ateando fogo em carros e ônibus, porém em uma ação conjunta entre Estado e Governo Federal a resposta foi a altura, nunca vista antes, Policiais Militares, Federais e Forças Armadas demonstraram que o Estado tem o poder de recuperar esses territórios.

A reconquista desses territórios é importante para uma reestruturação de ações sociais nessas comunidades assoladas pela violência e pela falta de condições sociais. O Estado precisa agir após as ocupações e desenvolver o bem estar social nessas comunidades, investindo em educação, saúde, esporte, músicas, entre outros investimentos para que essa população não volte a sofrer com a falta de políticas públicas e conseqüentemente ao poder paralelo. A batalha esta apenas começando.

sábado, 27 de novembro de 2010

A Música e o morro

Uma das maneiras de observar o morro por Ze Keti da Portela




Ascender as Velas (Zé Keti)

Acender as velas
Já é profissão
Quando não tem samba Tem desilusão
É mais um coração
Que deixa de bater
Um anjo vai pro céu
Deus me perdoe
Mas vou dizer
O doutor chegou tarde demais
Porque no morro
Não tem automóvel pra subir
Não tem telefone pra chamar
E não tem beleza pra se ver
E a gente morre sem querer morrer.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Professores se revoltam com mapa errado em livro

No dia dos professores não temos muito a comemorar, o que nos resta é respirar fundo e lutar sem armas contra uma estrutura de ensino sucateada, onde sempre os culpados são os professores.

O vídeo a seguir é um dos milhares de exemplos práticos da situação em que chegamos nas escolas públicas do Estado de SP geridas até então pelo governador José Serra postulante a presidência da república.






Nesse dia, cada pessoa que me desejou parabéns eu agradeci, mas logo em seguida sugeri que elas refletissem o papel da educação na formação social de cada individuo que virá a formar uma nação, qual país queremos?

sábado, 5 de junho de 2010

Ataque Sionista


Os últimos acontecimentos na geopolítica mundial nos alerta para o perigo de uma exaltação ao Sionismo. Sionismo: Movimento político que defende o direito à autodeterminação do povo judeu e à existência de um Estado Judaico. É sempre muito delicado quando se fala sobre os judeus e o Estado de Israel, muito provavelmente o rótulo de anti - semita e até mesmo de Nazista assombrará quem ousar a proferir criticas ao povo do Monte Sião. É evidente que os acontecimentos da 2a Guerra Mundial no qual consta que a Alemanha Nazista de Hitler massacrou milhões de judeus em campos de concentração, respaldam e os qualificam a argumentarem a legitimidade da ocupação da “ terra prometida”, reavivando a ideia da Diáspora judaica dos tempos remotos 586 A.C quando os judeus foram expulsos pelo império babilônico, disseminando-se assim um grande número de judeus pelo mundo. Em 1948 a recém criada ONU (Organização das Nações Unidas) mediante a assembléia geral aprovou a criação do Estado Judaico de Israel, em território Palestino. A Palestina de 1948 encontra-se hoje dividida em três partes: uma parte integra o Estado de Israel; duas outras (a Faixa de Gaza e a Cisjordânia), de maioria árabe-Palestina. Criou-se assim um conflito geopolítico permanente no século XX e XXI, passando por diversas guerras e conflitos como da Independência israelense, na qual os sionistas venceram o poderio Árabe e mantiveram as forças e construção do Estado de Israel em 1948. A guerra dos seis dias foi outro acontecimento que marcou a conflituosa e conturbada região do Oriente médio, quando os Egípcios sob o comando de Gamal Abdel Nasser pretendiam “expulsar os judeus para o mar”, porém com a aliança Inglesa e Francesa os Israelenses triunfaram sobro os egípcios e anexaram aos seu território o planalto de Golan que até então pertencia a Síria, Jerusalém Oriental cidade sagrada para ( Árabes, Judeus e Cristãos) o Deserto do Sinai e a faixa de Gaza pertencentes ao Egito. As duas guerras citadas acima foram acontecimentos que marcaram e até hoje refletem no barril de pólvora que se transformou o berço da civilização humana, outros conflitos aconteceram e novos líderes surgiram no decorer do século XX como as intifadas palestinas ( 1986 e 2000) revoltas populares com paus e pedras contra o Estado e os soldados israelenses e o líder da Autoridade Palestina Yasser Arafat, que morreu em 2004 como martir dos Árabes Palestinos. Tentativas de acordos de paz forma ensaiadas por diversas vezes entre Judeus e Árabes, sempre mediadas pelos EUA. Em 1993 na cidade de Oslo ( Noruega) o governo de Israel e o Presidente da OLP ( Organização para a libertação da Palestina), Yasser Arafat mediados pelo presidente dos Estados Unidos da América, Bill Clinton assinaram acordos que se comprometiam a unir esforços para a realização da paz entre os dois povos. Todo esse breve resgate histórico se faz necessário para entendermos o ataque israelense a flotilha de bandeira turca que tentava chegar até Gaza para levar ajuda Humanitária ao flagelado povo palestino, que sofre a mais de quatro anos com o bloqueio imposto por Israel que por sua vez justifica o bloqueio como forma de não fortalecer bélicamente o grupo islâmico Hamas. O brutal ataque a embarcação turca em águas internacionais no qual nove ativistas turcos foram assassinados gerou grande revolta pelo mundo, muitos países condenaram veementemente o ataque imposto pelos israelenses entre eles o Brasil. Por falar em Brasil, que recentemente intermediou junto com a Turquia um acordo internacional com o Irã muito criticado pelas potências ocidentais, e não foi bem aceito pelo Conselho de Segurança da ONU composto por EUA, França, Alemanha, Rússia e China). O acordo prevê troca de combustíveis nucleares sendo que o Irã enviará 1,2 tonelada de urânio com baixo grau de enriquecimento (3,5%) para a Turquia em troca de 120 kg de combustível enriquecido a 20%.A troca deverá ter o acompanhamento da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica, órgão da própria ONU). O grande receio é que o Governo de Mahmoud Ahmadinejad possa enriquecer Urânio a 90 % e produza em seus domínios territoriais a temida bomba atômica. O EUA é o grande critico desse acordo que foi uma tentativa do Brasil e da Turquia de amenizar as constantes acusações entre o governo de Washington e de Teerã sobre o programa nuclear Iraniano. O que o acordo entre Brasil, Turquia e Irã tem a ver com o ataque israelense a flotilha turca que navegava até Gaza com ajuda humanitária?. Além da proximidade Geográfica entre Irã e Israel no conturbado Oriente Médio e a proximidade dos fatos nos fazem a remeter a um comparativo a esses dois acontecimentos geopolíticos e de como eles foram tratados pelas potências mundiais. Vejamos: O acordo nuclear entre Brasil, Turquia e Irã, foi visto com ressalvas pelo Conselho de Segurança da ONU e criticado pelos EUA, obviamente que o Brasil não participou gratuitamente desse apoio, não é de hoje que o Brasil se esforça diplomaticamente para conquistar uma cadeira no conselho de Segurança da ONU, o governo Lula surpreendeu a todos quando colocou o Brasil como protagonista em um acordo de paz mundial, ponto para o Brasil. O que diferencia esses dois fatos é que eles foram vistos e classificados de maneiras diferentes, o ataque israelense foi classificado como incidente pelos Norte Americanos e o conselho de Segurança da ONU pediu uma investigação imparcial e não condenou a barbaria israelense. Os dois fatos se assemelham pela divergência de posições entre os líderes mundiais, a grande proximidade entre Israel e as potências ocidentais fez com que Israel se legitimasse com o ataque, gerando criticas veladas por parte das potências e da própria ONU, deixando claro que no tabuleiro do mapa mundi as forças hegemônicas estão bem estabelecidas e a partir de um simulacro regem o mundo promovendo conflitos onde haja interesses políticos e econômicos, seguindo essa cartilha ocidental judaico cristã devemos temer pelo eixo do mal.


sábado, 10 de abril de 2010

A situação dos Professores


A charge produzida por Maurício Ricardo demonstra de maneira humorada a situação na qual o professorado paulista e do Brasil de maneira geral se encontram. Não é novidade para ninguém que as coisas não andam bem para os lados da educação, são criadas políticas públicas educacionais cada vez mais defasadas para os princípios de uma educação de qualidade, o que podemos observar é que tais políticas são propostas para criarem e maquiarem números, estatísticas, gerando assim a falsa sensação de que vai tudo muito bem obrigado. Sabemos que não vai tudo muito bem, haja vista quando nós professores nos deparamos com situações cada vez mais desestimulantes no cotidiano escolar, como falta de respeito, mas condições de trabalhos, entre outros fatores que estão cada vez mais evidentes, e para finalizar recebemos o nosso holerite no qual constatamos o nosso atestado de pobreza.


sábado, 3 de abril de 2010

Sugestão Cinematográfica


A película QUERÔ dirigida por Carlos Cortez e baseado na obra de Plínio Marcos apresenta a realidade de um adolescente da baixada santista que desde o dia do seu nascimento esteve às margens da sociedade. Filho de uma prostituta que padece após ingerir querosene, o menino recebe o apelido de Querô. A trama dimensiona a realidade de muitos jovens brasileiros que tem os seus sonhos interrompidos pelas condições sociais no qual se encontram, marginalizados e sem chance de construir uma vida digna, nesse pano de fundo o jovem Querô é detido e passa a conhecer as estruturas perversas do sistema carcerário juvenil do Estado de São Paulo conhecida como FEBEM, hoje denominada de fundação CASA.

O cotidiano do adolescente nos faz refletir sobre uma realidade que é vista pela sociedade e ignorada, as políticas públicas que teoricamente ajudaria a sanar os problemas são ineficazes e esbarram na burocracia e corrupção, o tráfico de drogas exerce um poder paralelo sobre a juventude e o Crack termina por sepultar muitas vidas que nem sequer tiveram tempo de se desenvolver.

Evidentemente o problema é estrutural e está arraigado em um processo histórico que tem início desde a chegada dos portugueses com a espoliação das riquezas naturais, com o açoite aos negros no período imperial, com a baixa remuneração aos imigrantes nas lavouras de café no início da república, com o êxodo rural provocado por latifúndios e grilagem de terras e do desenfreado processo de urbanização a partir do desenvolvimento tardio das indústrias, das políticas de favorecimento as elites oligárquicas atualmente do capital financeiro orquestradas pelos governos brasileiros durante o século XX. Todos esses elementos citados acima refletem de alguma maneira o que vem a ser a estrutura econômica, política e social do Brasil atual, carregamos o estigma do subdesenvolvimento, recentemente fomos elevados ao título de país emergente, mais ainda nos encontramos nos corredores das emergências do Sistema Único de Saúde de uma metrópole ou de um vilarejo nos confins do Mato Grosso.
Todas essas reflexões nos fazem perceber que as estruturas estatais brasileiras estão falidas e sucateadas, haja vista os sistemas educacional, penitenciário, judiciário, saúde, legislativo, deixando a sensação de desamparo geral e as pessoas que mais sentem na pele esse abandono se encontram nas periferias.

Vivemos em um período onde a individualidade superou a coletividade, o “EU” se faz mais presente, gerando um grande coro: “o que é que eu tenho a ver com isso?”

sexta-feira, 2 de abril de 2010

A banca do Distinto



Em meio à turbulência de uma greve para relaxar e não perder a essência cultural vamos relembrar um grande clássico da musica popular brasileira imortalizada por Elis Regina e composta por Billy Blanco que reflete a personalidade do truculento José Serra.

A Banca do Distinto
Não fala com pobre,
Não dá mão a preto
Não carrega embrulho
Pra que tanta pose, doutor
Pra que esse orgulho

A bruxa que é cega
Esbarra na gente
E a vida estanca
O enfarte lhe pega, doutor
E acaba essa banca

A vaidade é assim,
Põe o bobo no alto
E retira a escada
Mas fica por perto
Esperando sentada

Mais cedo ou mais tarde
Ele acaba no chão
Mais alto o coqueiro,
Maior é o tombo
Do coco afinal

Todo mundo é igual
Quando a vida termina
Com terra em cima
E na horizontal

quinta-feira, 1 de abril de 2010

E a greve continua



E a greve continua, esse foi o final de mais uma assembleia dos professores realizada no dia 31/03 na Praça da República em São Paulo com cerca de 10 mil docentes, neste mesmo dia o então governador José Serra transmitiu o seu cargo para o seu vice Alberto Goldman para concorrer às eleições presidenciais, desta maneira deixou pra trás a greve dos professores para ser resolvida pelo seu vice, demonstrando assim o seu desprezo pelos professores.
A categoria decidiu pela continuidade da greve porque o truculento governo de São Paulo não aceita negociar com os professores, sendo intransigente ao extremo, não abrindo um canal de interlocução entre ambas as partes. Toda greve gera os seus desgastes, principalmente no que se referem aos dias descontados e o prejuízo do calendário escolar, as perdas em uma greve são inevitáveis e o que o governo mais quer é gerar esse desgaste para desunir a categoria dos professores, o governo deve estar ciente que não fraquejaremos em nossa luta até ocorrer a negociação. Nossas reivindicações já estão postas a mesa, só falta o governo querer negociar, se houver negociação a sociedade ganha, os professores ganham e o governo ganha, sem negociação a greve continuará até quinta-feira dia 08/04 quando fará um mês desde o inicio da paralisação das aulas, sendo que neste mesmo dia outra assembleia será realizada para decidir os caminhos da greve, esperamos que ela chegue ao fim desde que haja negociação, caso contrário a greve continua.
Um abraço

Truculência contra os professores





Mais uma vez constatamos o desprezo e o desrespeito do governo do Estado de São Paulo com os professores. A categoria está em greve desde o dia 5 de março e na pauta de reivindicações existem diversos itens que precisam ser negociados para o melhor funcionamento da já falida escola pública, tais como respeito à data base do professor, que é institucional e não é respeitado, reajuste salarial para que o professor possa repor as suas perdas salariais, melhores condições de trabalho, salas com um número reduzido de alunos, incorporação das gratificações ao salário inclusive para aos aposentados, abertura de concurso público, entre outros pontos para que amenize os problemas estruturais do sucateado ensino público. Diante disso os professores tentam dialogar com o governo de SP que é representado nas figuras do Governador José Serra e do seu secretário de Educação Paulo Renato que não aceitam negociar, diversas assembleias dos professores foram realizadas na capital paulista, a última delas no dia 26 de março em frente ao Estádio do Morumbi nas proximidades do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado, o Governo resolveu mostrar as suas armas contra os professores. Em passeata os professores rumaram ao palácio dos Bandeirantes, cerca de 10 mil professores se depararam com um exército de policiais, estava montado o palco de guerra, o helicóptero da polícia dava rasantes em cima dos professores, barreiras de policiais com escudos e armas preparados para massacrar uma classe que pede um pouco de dignidade, e o resultado desse caldeirão em ebulição foi um grande número de feridos, a ordem veio do palácio, reprimam, pois não haverá negociações enquanto a greve não cessar, e a sangria estava feita, bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha e cassetetes em uma ofensiva brutal, fomos tratados como marginais ficando evidente assim o tratamento dado pelo governo do Estado aos professores. Sabemos que muitos policiais militares concordam com a luta dos professores, sendo que a maioria deles possui filhos nas escolas públicas, porém por uma questão hierárquica obedeceram as ordens e agrediram sem piedade, é importante ressaltar que o mesmo governador que hoje manda agredir professores foi alfabetizado por professores, o secretário da Educação Paulo Renato aprendeu a somar e subtrair com professores, você leitor que está lendo esse texto aprendeu a ler com o acompanhamento dos professores.
Nós professores estamos cansados e resolvemos dar um basta na calamidade em que se encontra a Escola pública, esperamos que o governos sinalize uma negociação pois o que nós mais queremos é dar aulas com dignidade.

Sejam Bem vindos

Olá caros amigos, aqui me apresento neste espaço virtual para compartilhar informações e conhecimentos sobre Política, cultura e Geografia. É com grande satisfação que me insiro neste mundo virtual realmente democrático no qual de fato podemos efetivamente dialogar e expressar as nossas opiniões.
O texto de estréia deste blog informa sobre o andamento das greves dos professores no Estado de São Paulo, as assembleias realizadas nos dias 12/03 e 19/03 no qual participaram mais de 40 mil professores na primeira e cerca de 60 mil professores na segunda, esse pequeno texto nos mostra o apanhado geral das reivindicações do professorado paulista que busca dignidade diante das políticas de sucateamento implementada pelo governador José Serra.
Sejam Bem vindos estarei sempre à disposição
Um abraço do Tamanho do Brasil

Greve dos professores em SP


No ultimo dia 19 de março em São Paulo ocorreu à assembléia no qual cerca de 60 mil professores participaram e decidiram pela continuidade da greve. Sabemos que a greve não é o ideal, porém só quem está em sala de aula sabe das precárias condições dos quais os professores passam no cotidiano escolar, a briga dos professores contra o governo do Estado representado por José Serra é pela dignidade desta categoria que está desvalorizada, o que o professor representa na sociedade?, Para o governador nada!, Para a grande imprensa nada!, Estamos cansados de mentiras tais como o piso salarial é de R$ 1.830,00 podendo chegar a R$ 6.000.00, convido aos pais e a sociedade a irem até as escolas e olharem os holerites dos professores; dois professores em sala de aula?, Só se o governador acha que está na Finlândia, porque aqui no Estado de São Paulo não existe, material didático?!, Só no final do bimestre, quando já fechamos as notas; avaliação por mérito?, O professor para fazer essa avaliação tem que ter mais de cinco anos de Estado, ou seja, professores em estágio Probatório e contratados não podem fazer, além do que apenas os 20 % mais bem colocados recebem a "esmola", ou seja, essa avaliação por mérito não é para todos, pleiteamos que as gratificações sejam incorporadas aos nossos salários, pois os professores não querem viver de bônus e para finalizar pasmem a proposta de aumento salarial feita pelo governo é de 0,8 incorporada em 3 anos, é ou não é piada de salão?!, aquela máxima " Ao mestre com carinho" se esvaiu diante das políticas educacionais do Governo do Estado de São Paulo, o que resta dizer " Ao mestre os meus pesares". essas imagens vem comprovar que não tinha apenas 8.000 pessoas conforme estipulou alguns meios de comunicação, peço que repassam esta mensagem para outros professores e para todas as pessoas da sociedade civil para que entendam o porque os professores estão em greve.
Um abraço