sábado, 10 de abril de 2010

A situação dos Professores


A charge produzida por Maurício Ricardo demonstra de maneira humorada a situação na qual o professorado paulista e do Brasil de maneira geral se encontram. Não é novidade para ninguém que as coisas não andam bem para os lados da educação, são criadas políticas públicas educacionais cada vez mais defasadas para os princípios de uma educação de qualidade, o que podemos observar é que tais políticas são propostas para criarem e maquiarem números, estatísticas, gerando assim a falsa sensação de que vai tudo muito bem obrigado. Sabemos que não vai tudo muito bem, haja vista quando nós professores nos deparamos com situações cada vez mais desestimulantes no cotidiano escolar, como falta de respeito, mas condições de trabalhos, entre outros fatores que estão cada vez mais evidentes, e para finalizar recebemos o nosso holerite no qual constatamos o nosso atestado de pobreza.


sábado, 3 de abril de 2010

Sugestão Cinematográfica


A película QUERÔ dirigida por Carlos Cortez e baseado na obra de Plínio Marcos apresenta a realidade de um adolescente da baixada santista que desde o dia do seu nascimento esteve às margens da sociedade. Filho de uma prostituta que padece após ingerir querosene, o menino recebe o apelido de Querô. A trama dimensiona a realidade de muitos jovens brasileiros que tem os seus sonhos interrompidos pelas condições sociais no qual se encontram, marginalizados e sem chance de construir uma vida digna, nesse pano de fundo o jovem Querô é detido e passa a conhecer as estruturas perversas do sistema carcerário juvenil do Estado de São Paulo conhecida como FEBEM, hoje denominada de fundação CASA.

O cotidiano do adolescente nos faz refletir sobre uma realidade que é vista pela sociedade e ignorada, as políticas públicas que teoricamente ajudaria a sanar os problemas são ineficazes e esbarram na burocracia e corrupção, o tráfico de drogas exerce um poder paralelo sobre a juventude e o Crack termina por sepultar muitas vidas que nem sequer tiveram tempo de se desenvolver.

Evidentemente o problema é estrutural e está arraigado em um processo histórico que tem início desde a chegada dos portugueses com a espoliação das riquezas naturais, com o açoite aos negros no período imperial, com a baixa remuneração aos imigrantes nas lavouras de café no início da república, com o êxodo rural provocado por latifúndios e grilagem de terras e do desenfreado processo de urbanização a partir do desenvolvimento tardio das indústrias, das políticas de favorecimento as elites oligárquicas atualmente do capital financeiro orquestradas pelos governos brasileiros durante o século XX. Todos esses elementos citados acima refletem de alguma maneira o que vem a ser a estrutura econômica, política e social do Brasil atual, carregamos o estigma do subdesenvolvimento, recentemente fomos elevados ao título de país emergente, mais ainda nos encontramos nos corredores das emergências do Sistema Único de Saúde de uma metrópole ou de um vilarejo nos confins do Mato Grosso.
Todas essas reflexões nos fazem perceber que as estruturas estatais brasileiras estão falidas e sucateadas, haja vista os sistemas educacional, penitenciário, judiciário, saúde, legislativo, deixando a sensação de desamparo geral e as pessoas que mais sentem na pele esse abandono se encontram nas periferias.

Vivemos em um período onde a individualidade superou a coletividade, o “EU” se faz mais presente, gerando um grande coro: “o que é que eu tenho a ver com isso?”

sexta-feira, 2 de abril de 2010

A banca do Distinto



Em meio à turbulência de uma greve para relaxar e não perder a essência cultural vamos relembrar um grande clássico da musica popular brasileira imortalizada por Elis Regina e composta por Billy Blanco que reflete a personalidade do truculento José Serra.

A Banca do Distinto
Não fala com pobre,
Não dá mão a preto
Não carrega embrulho
Pra que tanta pose, doutor
Pra que esse orgulho

A bruxa que é cega
Esbarra na gente
E a vida estanca
O enfarte lhe pega, doutor
E acaba essa banca

A vaidade é assim,
Põe o bobo no alto
E retira a escada
Mas fica por perto
Esperando sentada

Mais cedo ou mais tarde
Ele acaba no chão
Mais alto o coqueiro,
Maior é o tombo
Do coco afinal

Todo mundo é igual
Quando a vida termina
Com terra em cima
E na horizontal

quinta-feira, 1 de abril de 2010

E a greve continua



E a greve continua, esse foi o final de mais uma assembleia dos professores realizada no dia 31/03 na Praça da República em São Paulo com cerca de 10 mil docentes, neste mesmo dia o então governador José Serra transmitiu o seu cargo para o seu vice Alberto Goldman para concorrer às eleições presidenciais, desta maneira deixou pra trás a greve dos professores para ser resolvida pelo seu vice, demonstrando assim o seu desprezo pelos professores.
A categoria decidiu pela continuidade da greve porque o truculento governo de São Paulo não aceita negociar com os professores, sendo intransigente ao extremo, não abrindo um canal de interlocução entre ambas as partes. Toda greve gera os seus desgastes, principalmente no que se referem aos dias descontados e o prejuízo do calendário escolar, as perdas em uma greve são inevitáveis e o que o governo mais quer é gerar esse desgaste para desunir a categoria dos professores, o governo deve estar ciente que não fraquejaremos em nossa luta até ocorrer a negociação. Nossas reivindicações já estão postas a mesa, só falta o governo querer negociar, se houver negociação a sociedade ganha, os professores ganham e o governo ganha, sem negociação a greve continuará até quinta-feira dia 08/04 quando fará um mês desde o inicio da paralisação das aulas, sendo que neste mesmo dia outra assembleia será realizada para decidir os caminhos da greve, esperamos que ela chegue ao fim desde que haja negociação, caso contrário a greve continua.
Um abraço

Truculência contra os professores





Mais uma vez constatamos o desprezo e o desrespeito do governo do Estado de São Paulo com os professores. A categoria está em greve desde o dia 5 de março e na pauta de reivindicações existem diversos itens que precisam ser negociados para o melhor funcionamento da já falida escola pública, tais como respeito à data base do professor, que é institucional e não é respeitado, reajuste salarial para que o professor possa repor as suas perdas salariais, melhores condições de trabalho, salas com um número reduzido de alunos, incorporação das gratificações ao salário inclusive para aos aposentados, abertura de concurso público, entre outros pontos para que amenize os problemas estruturais do sucateado ensino público. Diante disso os professores tentam dialogar com o governo de SP que é representado nas figuras do Governador José Serra e do seu secretário de Educação Paulo Renato que não aceitam negociar, diversas assembleias dos professores foram realizadas na capital paulista, a última delas no dia 26 de março em frente ao Estádio do Morumbi nas proximidades do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado, o Governo resolveu mostrar as suas armas contra os professores. Em passeata os professores rumaram ao palácio dos Bandeirantes, cerca de 10 mil professores se depararam com um exército de policiais, estava montado o palco de guerra, o helicóptero da polícia dava rasantes em cima dos professores, barreiras de policiais com escudos e armas preparados para massacrar uma classe que pede um pouco de dignidade, e o resultado desse caldeirão em ebulição foi um grande número de feridos, a ordem veio do palácio, reprimam, pois não haverá negociações enquanto a greve não cessar, e a sangria estava feita, bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha e cassetetes em uma ofensiva brutal, fomos tratados como marginais ficando evidente assim o tratamento dado pelo governo do Estado aos professores. Sabemos que muitos policiais militares concordam com a luta dos professores, sendo que a maioria deles possui filhos nas escolas públicas, porém por uma questão hierárquica obedeceram as ordens e agrediram sem piedade, é importante ressaltar que o mesmo governador que hoje manda agredir professores foi alfabetizado por professores, o secretário da Educação Paulo Renato aprendeu a somar e subtrair com professores, você leitor que está lendo esse texto aprendeu a ler com o acompanhamento dos professores.
Nós professores estamos cansados e resolvemos dar um basta na calamidade em que se encontra a Escola pública, esperamos que o governos sinalize uma negociação pois o que nós mais queremos é dar aulas com dignidade.

Sejam Bem vindos

Olá caros amigos, aqui me apresento neste espaço virtual para compartilhar informações e conhecimentos sobre Política, cultura e Geografia. É com grande satisfação que me insiro neste mundo virtual realmente democrático no qual de fato podemos efetivamente dialogar e expressar as nossas opiniões.
O texto de estréia deste blog informa sobre o andamento das greves dos professores no Estado de São Paulo, as assembleias realizadas nos dias 12/03 e 19/03 no qual participaram mais de 40 mil professores na primeira e cerca de 60 mil professores na segunda, esse pequeno texto nos mostra o apanhado geral das reivindicações do professorado paulista que busca dignidade diante das políticas de sucateamento implementada pelo governador José Serra.
Sejam Bem vindos estarei sempre à disposição
Um abraço do Tamanho do Brasil

Greve dos professores em SP


No ultimo dia 19 de março em São Paulo ocorreu à assembléia no qual cerca de 60 mil professores participaram e decidiram pela continuidade da greve. Sabemos que a greve não é o ideal, porém só quem está em sala de aula sabe das precárias condições dos quais os professores passam no cotidiano escolar, a briga dos professores contra o governo do Estado representado por José Serra é pela dignidade desta categoria que está desvalorizada, o que o professor representa na sociedade?, Para o governador nada!, Para a grande imprensa nada!, Estamos cansados de mentiras tais como o piso salarial é de R$ 1.830,00 podendo chegar a R$ 6.000.00, convido aos pais e a sociedade a irem até as escolas e olharem os holerites dos professores; dois professores em sala de aula?, Só se o governador acha que está na Finlândia, porque aqui no Estado de São Paulo não existe, material didático?!, Só no final do bimestre, quando já fechamos as notas; avaliação por mérito?, O professor para fazer essa avaliação tem que ter mais de cinco anos de Estado, ou seja, professores em estágio Probatório e contratados não podem fazer, além do que apenas os 20 % mais bem colocados recebem a "esmola", ou seja, essa avaliação por mérito não é para todos, pleiteamos que as gratificações sejam incorporadas aos nossos salários, pois os professores não querem viver de bônus e para finalizar pasmem a proposta de aumento salarial feita pelo governo é de 0,8 incorporada em 3 anos, é ou não é piada de salão?!, aquela máxima " Ao mestre com carinho" se esvaiu diante das políticas educacionais do Governo do Estado de São Paulo, o que resta dizer " Ao mestre os meus pesares". essas imagens vem comprovar que não tinha apenas 8.000 pessoas conforme estipulou alguns meios de comunicação, peço que repassam esta mensagem para outros professores e para todas as pessoas da sociedade civil para que entendam o porque os professores estão em greve.
Um abraço