sexta-feira, 1 de junho de 2012

A Bronca da "Dra." do SAMU de Piracicaba - SP


Serviço de Atendimento Móvel de Urgência.  

Por volta do meio dia (31/05), depois de voltar do trabalho, o interfone de casa toca, era o entregador de gás. Com o botijão nas costas e cara de assustado me disse para ligar para o SAMU, pois havia um homem desacordado e ensanguentado na beira do rio. Acelerei o passo, apanhei o telefone e liguei para o 192. Enquanto caminhava até o sujeito explicava a situação para o atendente que anotou o endereço e transferiu a ligação para a médica, que me fez algumas perguntas sobre o estado do homem, relatei que estava desacordado, ofegante e com a boca sangrando, semelhante a um processo convulsivo, a doutora disse que a ambulância estava a caminho. Pacientemente o bom samaritano esperou por 10 minutos a chegada da ambulância observando o cidadão que suava muito e continuava desacordado. Nesse intervalo de espera ele acordou, troquei algumas palavras com o indivíduo que estava muito desorientado e assim ele se sentou. Quando a ambulância chegou fui ao meio da rua indicar onde estava o enfermo, o motorista deu a volta e entrou na estradinha de terra que beira o rio. Fui surpreendido pela médica e enfermeira que desceram me dando uma bronca homérica e eu sem entender fui ouvindo palavras que não imaginaria escutar em uma situação daquela. A médica ao ver o sujeito sentado e sem sequer atende-lo disse que eu tinha que prestar atenção ao chamar o serviço médico, porque alguém poderia naquele momento estar precisando daquela UTI móvel, que era a única da cidade e situações como essa era para chamar o serviço básico do próprio SAMU. Respondi para ela que não imaginaria o transtorno que eu havia causado, por ter chamado o serviço simplesmente porque me deparei com um sujeito desacordo, com a boca sangrando, alias não sou nenhum residente em medicina para diagnosticar a gravidade ou não de um sujeito estrebuchando no chão. Não tinha a miníma noção da existência de apenas uma UTI móvel em Piracicaba, aliás, não me lembro de ter pedido uma UTI móvel para o atendimento do cidadão. Reconheço e louvo o trabalho do SAMU, entendo o estresse cotidiano que os seus servidores passam, mas não acho correto uma médica, graduada, sabatinada e juramentada pela ética da medicina me repreender de maneira deselegante sem saber o que estava acontecendo. 

segunda-feira, 21 de maio de 2012

O desrespeito com os artistas na Virada Cultural Paulista em Piracicaba



Material de divulgação da Virada Cultural Paulista-2012
A Virada Cultural Paulista é um evento que visa integrar a cultura em diversos tipos de manifestações artísticas como música, teatro, danças, exposições. O evento fomentado pelo Governo do Estado de São Paulo se espalha por diversas cidades do interior, no qual cada cidade tem a sua programação. Esse ano Piracicaba teve uma programação bem elaborada, com artistas consagrados da música popular brasileira com Simoninha e Max de Castro, Daniel Gonzaga, Marcelo Jeneci, Banda Glória e Mart´nália. 
Paralelo as "principais atrações", o palco 2 do Engenho Central, trazia os "filhos da terra", artistas consagrados de Piracicaba que  elevam o nome da cidade na região e no Brasil, tais como Julia Simões, Mazzaropi Contra o Crime, Banda Rio Grande, Juca Ferreira entre outros artistas que contribuíram para o acontecimento do evento.
Porém não contávamos com a falta de organização de um evento  "tão bem organizado".  Atrasos são toleráveis, falta de bom senso não. - No domingo 20/05 ocorreu atrasos nas apresentações musicais, prejudicando o horário das apresentações seguintes. A atitude tomada pelos organizadores para tentar solucionar o problema diminuiu o tempo da apresentação do palco 2 em beneficio das apresentações do palco 1.Tal atitude chegou ao extremo do desrespeito no ultimo show do palco 2 no qual apresentava-se o sambista Juca Ferreira, que estava marcado para as 17:30h e começou com mais de uma hora de atraso. O artista entrou no palco cantou menos de 10 minutos, quando de maneira abrupta e desrespeitosa o produtor invadiu o palco e pediu para parar o show com a alegação de que o show da Mart'nália estava para começar.  Em protesto o artista questionou a falta de respeito, de bom senso e a maneira autoritária desligaram o seu microfone, gerando indignação ao público presente.
Juca Ferreira- Sambista Piracicabano.
A virada Cultural Paulista de Piracicaba em 2012 nos deixou lições: Respeitar e valorizar o que é patrimônio cultural nosso.  Ano que vem, para que não ocorra esse tipo de indisposição a secretaria da ação cultural pode ser um pouco mais inteligente e pensar em logística mais adequada como colocar palco 1 e 2 em lugares opostos, afinal o Engenho Central é bem espaçoso.
Para finalizar outro ponto a ser questionado é o aproveitamento ilegal de um evento público para a venda de bebidas alcoólicas pelas barracas da festa das nações.  Além de preço elevado os produtos eram de apenas um fornecedor beneficiando o patrocinador de cerveja da Festa das nações e não da Virada Cultural, deixando o público sem opção de escolha, já que era proibido o ingresso de bebidas no evento público, ou seja, houve aproveitamento de um evento em proposição a outro. O que nos resta é lamentar e torcer para que ano que vem a secretaria da ação cultural tenha respeito com os nossos artistas.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Breve análise dos 17 anos de PSDB em São Paulo e a relação do caso Pinheirinho e da lei do piso dos professores.

Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra.
No dia primeiro de Janeiro de 1995 toma posse o então governador do Estado de São Paulo Mário Covas. Desde então já se passaram 17 anos em que o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) se apodera do Estado mais rico da nação e o mais conservador. Após Covas, passaram pelo palácio dos Bandeirantes Geraldo Alckmin por dois mandatos, José Serra que ficou pouco menos de uma mandato e novamente Geraldo Alckmin em 2011.
Esse breve resgate relembrando essa três figuras serve para analisarmos os interesses implantados por estes ao longo de seus mandatos. Nesse período o Estado passou pelo processo de sucateamento das instituições públicas tornando os sistemas estatais frágeis e mal geridos, tais como os sistemas: educacional, habitacional, segurança, saneamento básico entre outros tantos que nesses 17 anos foram sendo enfraquecidos com a política neoliberal tucana, que tem o principio básico da menor intervenção possível do Estado na Economia, consequentemente gerando uma grande reprodução de capital e concentração de renda para os que possuem os meios de produção, gerando sérios danos sociais para a população.

Tucano

Progressão continuada.
Nesses anos podemos elencar diversas ações controversas aplicadas por esses governantes, tais como o grande número de pedágios nas rodovias, lembrando que o filho do ex-governador Mário Covas é um dos acionistas da Autoban, concessionária que administra o sistema Anhanguera- Bandeirantes que interligam a capital ao interior. Também podemos recordar o sistema de progressão continuada na educação, no qual a presença do aluno na escola o qualifica para o seguinte ano letivo, bastando a frequência, sem qualquer tipo de avaliação da capacidade de aprendizado do aluno, devolvendo para sociedade milhões de analfabetos funcionais que quando muito servirão de exercito de reserva para a indústria. Outro ponto a ser relembrado é o da segurança pública, em 2006 os ataques e o terror do crime organizado nas ruas do Estado comprovaram a fragilidade do sistema, que sem conseguir controlar os distúrbios promoveu um acordo com a facção criminosa para que os ataques cessassem.
Os fatos abordados acima são apenas algumas das ações perversas praticadas por esse partido nesses 17 anos e servem de ligação para entendermos dois fatos importantes que estão ocorrendo atualmente no Estado de São Paulo que é o caso da reintegração de posse da comunidade Pinheirinho em São José dos Campos e da lei do 1/3 da jornada dos professores.
Mães correm com suas crianças.

O primeiro é a ação violenta e desnecessária da polícia sobre uma comunidade que ocupou uma grande área pertencente ao especulador financeiro Naji Nahas, que é acusado de diversos crimes contra a ordem econômica e um dos responsáveis pela quebra da bolsa de valores do Rio de Janeiro em 1989. A reintegração de posse foi feita de forma truculenta por nada mais, nada menos que 2.000 mil homens da polícia militar, que cumpriram a determinação de maneira covarde, provocando terror dentro da ocupação que tinha um grande número de mulheres, crianças e idosos. Do ponto de vista jurídico, político e social a reintegração de posse poderia ter sido feita através do dialogo, tanto que gerou um imbróglio entre o Tribunal de justiça Paulista que deu a ordem de reintegração com o Tribunal de justiça Federal que pediu anulação da reintegração.
Quem?
O segundo refere-se à lei federal do piso que prevê 1/3 da jornada de trabalho dos professores reservadas para os professores prepararem atividades extraclasse e se aprimorarem durante a carreira fazendo cursos como especializações, mestrado, doutorado, melhorando assim os recursos humanos e consequentemente a qualidade de ensino. Outro beneficio desta lei é em relação a saúde mental dos professores, tendo em vista a menor quantidade de tempo em sala de aula, diminuindo os afastamentos médicos, levando em consideração o estresse diário em sala de aula. Sabendo do beneficio dessa lei para o ensino público e a obrigatoriedade do cumprimento o governo de São Paulo de maneira sorrateira inventou uma nova jornada contando as horas aulas por hora relógio, ou seja, passou a contar as aulas por 60 minutos e não mais por 50 minutos como antes, acrescentando esses 10 minutos que “sobravam” para o intervalo em atividades extraclasse. Essa ação só evidenciou ainda mais o descaso do Estado de São Paulo pela educação pública, açoitando de todas as formas os professores e descumprindo uma lei federal e uma ordem judicial.
O que nos deixa preocupado nesses dois casos é o jogo de interesses promovidos em benefício de poucos e prejuízo da maioria. O Estado de direito não está sendo respeitado, as ações truculentas contra as manifestações populares tem se tornado uma constante, colocando em risco o Estado de direito democrático da população paulista.