O ano de 2010 ficará marcado na história do Rio de Janeiro e do Brasil. As cenas de violência nos remetem a uma guerra civil que a tempo vem assolando a cidade Maravilhosa e aterrorizando os cariocas, dos humildes de complexos de favelas aos mais abastados da Zona Sul.
A exclusão social, a Geomorfologia (forma do relevo) do Rio de Janeiro, a conquista de Territórios por poderes paralelos, a inserção das drogas, a falta de ações do Estado ou pequenas ações pontuais são elementos importantes para se compreender o que está acontecendo no Rio de Janeiro.
No inicio do Século XX o Rio de Janeiro passou por uma reestruturação urbana no qual o centro da cidade foi alterado arquitetonicamente, largas avenidas e bulevares foram construídos nos moldes de Paris, afinal a então capital do Brasil necessitava esteticamente ser apresentável para o mundo. Nessa reforma urbana cortiços (habitações de cômodos) eram ocupados por uma classe subalterna de migrantes de outras regiões do Brasil e negros alforriados, que diante desse processo foram marginalizados e expulsos da região central para os subúrbios cariocas.
As favelas surgem com essa população excluída do centro e por soldados regressos da guerra de Canudos que não receberam o soldo ao término do conflito e ocuparam o morro da Providência em outra área do centro da cidade, dando o nome de favela em alusão a vegetação da caatinga denominada favela encontrada no sertão nordestino.
A droga é um problema social e de saúde pública, que atinge da classe mais baixa até o mais rico dos empresários, contribuem nesse ciclo de maneira decisiva para o financiamento dessa violência urbana e pelo domínio desses territórios, partindo de um pressuposto básico de que se não há consumidor não há fornecedor.
O crime organizado reagiu à perda de seus territórios aterrorizando os cariocas, ateando fogo em carros e ônibus, porém em uma ação conjunta entre Estado e Governo Federal a resposta foi a altura, nunca vista antes, Policiais Militares, Federais e Forças Armadas demonstraram que o Estado tem o poder de recuperar esses territórios.
A reconquista desses territórios é importante para uma reestruturação de ações sociais nessas comunidades assoladas pela violência e pela falta de condições sociais. O Estado precisa agir após as ocupações e desenvolver o bem estar social nessas comunidades, investindo em educação, saúde, esporte, músicas, entre outros investimentos para que essa população não volte a sofrer com a falta de políticas públicas e conseqüentemente ao poder paralelo. A batalha esta apenas começando.
Os ataques dos criminosos correspondem a diversos fatos que fizeram com que o Rio de Janeiro chegasse a tal ponto, tornando o problema estrutural e cada vez mais difícil de resolver, crônico, desencadeado ao longo do século XX pela falta de ações e políticas públicas dos governantes.
A exclusão social, a Geomorfologia (forma do relevo) do Rio de Janeiro, a conquista de Territórios por poderes paralelos, a inserção das drogas, a falta de ações do Estado ou pequenas ações pontuais são elementos importantes para se compreender o que está acontecendo no Rio de Janeiro.
No inicio do Século XX o Rio de Janeiro passou por uma reestruturação urbana no qual o centro da cidade foi alterado arquitetonicamente, largas avenidas e bulevares foram construídos nos moldes de Paris, afinal a então capital do Brasil necessitava esteticamente ser apresentável para o mundo. Nessa reforma urbana cortiços (habitações de cômodos) eram ocupados por uma classe subalterna de migrantes de outras regiões do Brasil e negros alforriados, que diante desse processo foram marginalizados e expulsos da região central para os subúrbios cariocas.
As favelas surgem com essa população excluída do centro e por soldados regressos da guerra de Canudos que não receberam o soldo ao término do conflito e ocuparam o morro da Providência em outra área do centro da cidade, dando o nome de favela em alusão a vegetação da caatinga denominada favela encontrada no sertão nordestino.
Ao longo do século essa exclusão social se tornou mais latente, a cidade foi crescendo de maneira desordenada e à medida que a cidade se espraiava os morros eram ocupados pelos excluídos.
O relevo da cidade do Rio de Janeiro é formado por grandes maciços rochosos com elevadas altitudes e recortados por encostas de montanhas particularizando a geologia da cidade. A dificuldade e a falta de ações de infraestrutura (água encanada e tratada, rede de coleta esgotos somado a moradias precárias e baixas condições sociais, fizeram com que se formassem poderes paralelos para suprir as ações deficitárias do Estado, que por sua vez perdeu o domino desses territórios.
O Território são as relações de poder que se moldam a partir das estratégias de influência de grupos sociais ou indivíduos, modificando-se conforme a estratégia de controle dos sujeitos que tem o poder.
A partir da década de 1970 as drogas passam a fazer parte desses territórios marginalizados da sociedade, tendo um papel fundamental nas ações do poder paralelo existente em cada comunidade, é ela que vai dar o aporte financeiro e estrutural para que esses grupos se solidifiquem e dominem o território.
A droga é um problema social e de saúde pública, que atinge da classe mais baixa até o mais rico dos empresários, contribuem nesse ciclo de maneira decisiva para o financiamento dessa violência urbana e pelo domínio desses territórios, partindo de um pressuposto básico de que se não há consumidor não há fornecedor.
O domínio do território por grupos de criminosos vão ganhando mais elementos ao passar dos anos, a população de trabalhadores residentes nesses territórios se tornam reféns e ficam a mercê de ações de bandidos e policiais, população essa que perdem os seus filhos para o sedutor mundo do tráfico de dinheiro fácil e poder, padecem dia após dia com a ilusão de uma vida fácil, meninos que interrompem precocemente seus sonhos, no qual seus brinquedos são fuzis de uso restrito do exército.
O problema não será solucionado da noite para o dia, as ações do governo do Estado nos últimos anos instalando as UPP’s (Unidade de Polícia Pacificadora) vêm se destacando e tendo um papel importante, aos pouco vem reconquistando o território perdido ao longo do tempo pela falta de ações sociais.
O crime organizado reagiu à perda de seus territórios aterrorizando os cariocas, ateando fogo em carros e ônibus, porém em uma ação conjunta entre Estado e Governo Federal a resposta foi a altura, nunca vista antes, Policiais Militares, Federais e Forças Armadas demonstraram que o Estado tem o poder de recuperar esses territórios.
A reconquista desses territórios é importante para uma reestruturação de ações sociais nessas comunidades assoladas pela violência e pela falta de condições sociais. O Estado precisa agir após as ocupações e desenvolver o bem estar social nessas comunidades, investindo em educação, saúde, esporte, músicas, entre outros investimentos para que essa população não volte a sofrer com a falta de políticas públicas e conseqüentemente ao poder paralelo. A batalha esta apenas começando.
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ResponderExcluirMeu caro Mauricio, tenho refletido sobre esta mortandade. Me sinto um cego nesses dias em que temos assistido estas "ocupações" ou "reocupações" pela tv e pela internet. Me tomam algumas questões:
ResponderExcluirComo vai ocupar o que é seu? Ou reocupar o que sempre ignorou ou nunca se ocupou de cuidar? Temos na nossa sociedade um conflito de classes, e se não me engano toda esta mazela é produto deste conflito e tanto polícia como exército são representantes da classe vitoriosa até então. Robert Macnamara, ex-secretário de segurança dos EUA, ex- presidente do FMI, atualmente filé mignon de formiga, já havia acertado o destino das forças armadas do Brasil para as décadas do pós-guerra fria, e dizendo em suas próprias palavras: "o exército não deve receber investimentos para manutenção de fronteiras, esse papel será exercido pelo seu credor (EUA), mas deve contudo orientar as forças armadas para o combate ao inimigo interno, aos terroristas que estão se organizando...". Neste período acreditou-se que os fundos que não fossem investidos na defesa da soberania seriam redirecionados para outras questões econômicas e não nas áreas mais estratégicas do ponto de vista da consolidação de uma nação igualitária (educação, saúde, saneamento, moradia). Resumindo, pois minha cerveja está esquentando, desde a década de 1970 o "inimigo" já estava germinando, e se tinha noção deste momento de confronto direto entre os representantes de poder de cada classe. Só não sou dotado de tamanho otimismo sobre o que vem depois.