domingo, 7 de agosto de 2011

Cinema de Domingo

Essa ideia surgiu no facebook onde posto as sextas-feiras “A Canja da Sexta” e a partir de hoje o “Cinema de domingo", espero que todos apreciem e aproveitem, critiquem, comentem, interajam...

E para estrear começamos com o cinema da melhor qualidade, homenageando um cineasta que revolucionou o cinema brasileiro, considerado por muitos como o pai do cinema novo com o conceito de uma câmera na mão e uma idéia na cabeça criou clássicos que nunca serão apagados da memória do cinema nacional, como Terra em transe e Deus e o diabo na terra do sol.

Para relembrar esse bravo cineasta esquecido e marginalizado no Brasil,  nesse mês de agosto 30 anos após a sua morte, a indicação cinematográfica é sobre Glauber, não sobre os seus filmes produzidos e sim sobre a sua história, um documentário muito bem produzido por Silvio Tendler em 2004 no qual nos trás momentos marcantes da vida e obra de Glauber Rocha.

Glauber o filme: Labirinto do Brasil é acompanhado como trilha sonora pelas Bachianas n 5 de Heitor Villa - Lobos que fizeram parte das obras de Glauber Rocha.

Bom filme!

Um abraço do tamanho do Brasil de Glauber Rocha!

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

A tragédia anunciada



Cidade inundada

A fúria e voracidade da natureza não aparecem gratuitamente. As tragédias corriqueiras nos verões brasileiros são anunciadas, causando dor, perdas e muita tristeza.

A racionalidade dos homens presume que se pode ter o domínio de tudo, inclusive da natureza. Grandes obras de Engenharia, como usinas e suas comportas, nos passam a sensação de que o domínio tecnológico supera a força da natureza. Os acontecimentos recentes, por todo o Brasil, provam que não.
Usina com as comportas abertas

O processo de urbanização ao longo do século 20, acompanhado da industrialização e do êxodo rural, fizeram com que as cidades crescessem de maneira desordenada, sem qualquer tipo de planejamento e gestão do território. Isso causou um efeito dominó, que perpassa estruturalmente pelo abandono do poder público com questões de infraestrutura, até a falta de consciência da população, que deposita seu lixo nos mananciais.

Com o crescimento desordenado das cidades, as áreas periféricas foram sendo ocupadas pela população mais pobre, que necessitava de habitação para encontrar condições de sobreviver no meio urbano. Áreas de preservação ambiental, encostas, várzeas, morros, ganharam características urbanas ao longo do tempo, sem as mínimas condições estruturais para receber as construções.

Encosta de morro ocupada
Além das ocupações irregulares, a impermeabilização do solo, com a instalação do asfalto e concreto, também fazem com que a água peça passagem e devaste o que encontrar pela frente. O leito dos rios, que antes das ocupações encontravam várzeas para se espraiarem, agora encontram ruas, carros, casas e fazem vítimas na tentativa de retomar seu espaço.

O poder público age de forma tácita em relação às ocupações irregulares, deixando que elas ocorram de maneira deliberada, dificultando posteriormente a retirada dessas pessoas, que ficam desabrigadas ou desalojadas. A inércia do Estado, aliada ao baixo nível econômico e educacional da população brasileira, preparam o palco para que a natureza seja a protagonista da tragédia anunciada.

Existem culpados? Sim, o poder público, porque é ele quem tem o dever de amparar toda a população atingida pelas cheias e quedas de encostas, seja em Piracicaba, Sumaré, Franco da Rocha, Petrópolis ou na próxima cidade que esteja condenada a mais um triste espetáculo causado pelos problemas sociais da ganância desordenada e destrutiva dos mandatários representados pelo poder público.

Kassab e Serra