segunda-feira, 15 de abril de 2013

A vitória da integração latino americana

Nicolás Maduro, sucessor de Hugo Chávez

Pouco mais de um mês após a morte do presidente Hugo Chávez, em decorrência de um câncer, a Venezuela foi às urnas para eleger o seu sucessor. A disputa foi polarizada entre dois candidatos, o Chavista Nicolás Maduro e o oposicionista neoliberal Henrique Capriles.


A vitória de Maduro provou que o apelo popular deixado por Chávez referenciado pelas mudanças promovidas por ele ao longo dos seus 14 anos de mandato como presidente deram resultados.

Chávez trouxe novas significações no campo político, social e econômico a Venezuela, ganhando popularidade e notoriedade com suas ações para a população mais pobre. Em 1999, foi eleito democraticamente para ser presidente e neste mesmo ano convocou um plebiscito para criar uma nova constituição. Com o parlamento elaborou a constituição Bolivariana da Venezuela, baseado nos princípios revolucionários de Simón Bolívar, que lutou pela libertação da América então dominada pelos Espanhóis.
Constituição Bolivariana 

A nova constituição deu mais poderes para Chávez promover as mudanças contra a estrutura neoliberal arraigada por diversos governos ligados à classe dominante venezuelana, quebrando uma estrutura política e econômica que privilegiava os grandes latifundiários e empresários do petróleo.

Em 2002 a oposição neoliberal, apoiada pelos EUA promoveu um golpe de Estado que durou três dias, as manifestações populares e a lealdade de alguns militares a Chávez o trouxeram de volta a presidência. A tentativa de golpe poder ser vista no documentário do diretor Kim Bartley e Donnacha O´briain A revolução não será televisionada.



Chávez, no campo internacional polemizou por diversas vezes com os EUA como na conferência das Nações Unidas em 2007 no qual chamou o então presidente Americano George W. Bush de diabo e em 2008 expulsou o embaixador americano Patrick Duddy. As suas ações políticas e econômicas seguiram no sentido da soberania e integração da Venezuela na América Latina, expropriando todas as empresas petrolíferas e promovendo ampla reforma nos meios de comunicação como a criação da Telesur, televisão estatal de notícias e conteúdos culturais voltadas para a América Latina.  http://www.telesurtv.net/

A sua forte ligação com os governos de cunho socialista como da Bolívia (Evo Morales) e Cuba (Raul Castro) e as boas relações com países com governos progressistas como Brasil (Lula e Dilma), Argentina (Nestor e Cristina Kirchner),Uruguai (Pepe Mujica) e Equador (Rafael Correa) deu início a uma integração nunca experimentada na América latina, o país passou a integrar o MERCOSUL e novos acordos unilaterais, bilaterais e multilaterais foram realizados amadurecendo as relações entre os países latinos como o gasoduto do Sul que ligará a Venezuela até Argentina cruzando o Brasil, além de engavetar a ALCA (Área de livre comércio das Américas) projeto neoliberal idealizado pelos EUA e criação da UNASUL (União das Nações Sul-Americanas) em 2008.

Hugo Chávez foi amado por seu povo e odiado pelos seus opositores por conta de sua popularidade e principalmente por promover uma revolução em pleno século XXI, possibilitando uma alternativa ao modelo neoliberal, desigual e hegemônico das grandes potências mundiais coordenado pelos EUA.

Nicolás Maduro carregará em seu governo um novo conceito geopolítico, o Chavismo, e a partir de agora tem a difícil responsabilidade em dar curso à revolução bolivariana proposta por Hugo Chávez. A eleição de Maduro foi à vitória da integração latino americana.


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